Em exatas três linhas, saberia exatamente o que e quem sou... Mas é muito mais prazeroso pensar, diante de uma unica imagem, o quão chata esta impressão seria, quando já se entende que três linhas, não é o bastante, assim como pelo meu nick, onde as mensagens não podem ser concluídas, com um maligno e miserável limite de letras. Estou certo? Não sei! – Niti Siouxsie

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um Pouco de Boca


As normas exigem calor, mais gana. As pessoas separam os desejos, os pecados, os sentimentos. Todos fogem da culpa, eu quero carinho. O homem distingue o amor da pura amizade, eu quero os dois bem juntos – Eles vivos dentro de mim, em mim.
Eu vivo todos os dias o amor, o abandono, a idéia de se sentir de lado, meu erro é ser o reflexo da humanidade, eu reflito a tudo que cruza meu caminho, eu sigo a outra direção, oposta a todos. Isso me repele – Eu não me perco – É no desencontro que eu me vejo, é na falta de um olhar que eu conheço o meu rosto, que eu conheço meu corpo.
É quando eu percebo que sempre há algo mais ácido no que queremos, quando estamos juntos de mais alguém, que nunca poderemos simplesmente sentir o beijo como tudo, satisfazer-nos com um simples abraço, olhar nos olhos e se desfazer de qualquer pudor que haja – Há sempre o desejo do melhor – Você quer ficar longe, eu só quero amar sem restrições.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mentiras de Criança na Chuva


Eu posso dançar na chuva em tardes quentes, sem sentir a menos necessidade de sentir uma mão na minha enquanto corro, nem cobrar de ninguém, sem querer saber onde estava todo este tempo enquanto eu procurava nos lugares mais tristes. Não importa, tem cor agora, tem a melodia que corre. É como um piano, o som suave das teclas enquanto abro as mãos para o céu e deixo as gotas caírem. Elas me abraçam, só preciso do abraço delas, um tempo só, um amigo, a música perfeita. Mas o piano parece cessar, porém batidas na porta me fazem acordar, mas eu ainda posso dormir, não tenho qualquer obrigação de sair e aguentar tardes chatas de conversas cheias de segundas intenções, olha, eu nem preciso parar de me matar – Eu estou feliz por fora, deve importar. Perdido, perdido.
Não tem boa história que eu perca mais, nem desenhos meus que sejam rasgados. O mundo acabou ele desabou, bem quando eu estava embaixo. Mas eu não morri e não me importo em desenhar e escrever tudo novamente, para algumas pessoas o caminho é mais rápido, para outras está em sentir a melodia sem se perder ou se enganar – Está em pedir explicações antes que não possam elas, serem ditas, não vai amar aquela pessoa que está sentada à mesa por sentar, você não a conhece, ela está ali, mas vai pedir a conta logo.

Minha Razão de Blasfemo Que Sempre Amará o Vento


Meu corpo mais uma vez está livre, isso quer dizer que ele está mais uma vez aberto ao abraço – Mas ele sempre está; meus braços ferozes tentando agarrar algo do meu lado, isto me intriga e me deixa inerte em pensamentos e procuras de respostas. Eu preciso mudar todos os dias, as luzes dos meus desejos, para que sua sombra se projete além de cada objeto e que não cobice mais almas. Hoje eu estou tão triste e vazio, eu quis estar tão longe, eu estive. Eu estou – Eu deveria estar sorrindo, mas não estou? – Poder repetir cada passo já dado, sem parar fora do caminho, não ouvir ao lobo, marcar caminho com algo que os corvos não possam comer. Gritar e gritar só um nome e só este me pertencer.
Os raios, eles me assustam ainda, mas a chuva, ela esconde meu desgosto e minha chatice que está lacrada e não quero que volte mais. O vento que vem de outro lugar, onde é frio e me leva, ele corre como minhas lágrimas, ele grita e dá gargalhadas, ele vem de outro lugar. Ele vem do centro de seus olhos, onde sua alma ainda me sente e lembra-se de mim, a parte boa que não vai ser esquecida.
Seus passos já não pertencem mais a ninguém, você e eu temos o mundo, nossas lágrimas devem correr por outros. Não, eu não vou esquecer nada, vi algo por mim no vazio castanho de seus olhos – Se foi ilusão, que me dera mil erros enxergar – Eu enxerguei e meu ódio não existiu, era só medo. O medo está no sabor dos ventos, ele é um pouco de nós, nós somos um pouco do que move o vento. Minhas lembranças eu guardei em espaços vazios, e os espaços antes ocupados por minhas lembranças estão vazios, para serem preenchidos por mais sentimentos, pois, por mais que eu não queira o ontem, hoje já é um espaço vazio, eu só quero mais, minha doce razão, eu sempre vou querer mais.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Carne de Anjo – Conto do Devorador


As pessoas vivem se perguntado onde “perderam a cabeça”, sua sanidade. Elas só querem se encontrar, não serem depreciadas, mal vistas, mal contadas –, mal amadas. Eles querem tudo, eu quero tão pouco. Minha carne de anjinho se espreme e se esguia por fileiras tortas, mal postas, de pilares de concreto borrado; no escuro, preto, uma alma se joga para luz, ela nos alcança, ela me pega – Rouba minha vida feliz em meu mundinho e me leva para o escuro – Uma mão negra pousa em meu ombro, fétida como as coisas sujas da rua. Tudo que eu vejo é a luz. Escuto um grito, o seu grito, e corro e você ainda está na luz, eu já estou tão longe, no fundo submerso, mas a luz está em minhas mãos e eu tomo a sua mão, no breu para que possamos fugir juntos. O medo na noite é como um mergulho em águas turvas, eu posso flutuar nas águas, nadar até você. Nos trilhos então corremos, para fora do escuro, em posse do dia – Você se solta, eu não – A luz me chamou, a sombra comeu minha carne.

– Narrativa fail de um suposto espírito assassino que ronda os trilhos de uma pequena cidade, à procura de jovens desavisados.

É, foi isso...


Acho que não violei nenhum termo aqui, ou violei? eu só quero falar, parar com isso logo... Eu gosto dos pontos finais, eles são pequenos, não tem cor, são insignificante e facilmente substituídos por uma exclamação ou uma interrogação – Eu mesmo já perdi as contas de quantos pontos finais já consegui discernir. Este é mais um, e olha outro. Só porque falei que não quero mais isso para mim, não quer dizer que não vou mais fazer isso. Me chamaram de psicótico, obsessivo, me jogaram, me descartaram, quiseram me pegar, eu quis pegar, parei, comecei... Mas no fundo nunca quis parar com nada, só quis ser feliz um pouco, oras!

Respondo à Música


Eu ainda acredito nesta coisa chamada amor, e sim, seguindo como a letra da música, eu quero que sinta as batidas de meu coração, como se não houvesse qualquer som na terra, num ritmo tão trêmulo, que arrebentaria milhões de outras almas – A coisa mais estranha que ele pode me obrigar à fazer é chorar – Meu coração chora por você, por você ele até sangra, mas não eu, eu não gosto mais de fazer com que ouçam meus gritos, afinal, que vergonha não é? eu choro. O inverno sempre esfria, mas o verão, ele queima, ele queimou a unica boa coisa que senti, tão cruel. E esta é a nossa unica e ultima canção, que talvez seja a canção das canções – Mas talvez seja só minha não é? Não, não é sua...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eu Não Sei Descrever em Palavras o que Eu Sinto – Simples Assim


Algumas vezes durante a manhã, estou já acordado, fecho meus olhos. Desejo que mais uma vez as luzes se apaguem, todas elas, e que eu poça engatinhar de volta à caverna de meus sonhos, eles só estão me esperando – É a mesma sensação, que de tão sensível e alegre, a de quando vejo aqueles olhos, após dias sem contemplá-los, eles são tão meus, como não poderá ser iguais a qualquer outro. Não o digo por mágoa ou egoísmo, é que as estrelas brilham de uma forma diferente para cada pessoa – Que de tão pequenos e estreitos, aqueles dois círculos castanhos, eu posso me esconder neles e querer jamais sair de lá, tão próximo de sua alma.
Mas que tempestade é estes templos, que como mares – Eu sei que quando só – Se tornam mares de água salgada, seu choro eu escuto, me joga para fora de seu corpo como jamais. É quando sem souber, para onde vão os dias, eu peço ao tempo, que me ensine a olhar, para que me mostre, por onde andar para te encontrar, nas ruas de meus sonhos, que daqui a dez anos, nos encontraremos, não sei.
Quem poderia me dizer, por favor, se seu amor suspira, se ele cresce, ou se ele existe? Conforme o seu coração escolher, eu recuo para mais perto de meus sonhos, mas aqueles, que de alguma forma não poço ver, você não estaria lá, eu sofreria. E quando o dia enfim termina, só o tempo que rasga pode dizer, as pessoas que amam estão tão erradas e perdidas, com você eu não estaria, qualquer estrada seria a certa. Eu notei, mas aí então, em meus olhos, que amor, ele está nos lábios quando falamos, está em lugares pequenos e ignorados, em árvores, bancos, no vento frio, em trilhos esquecidos, às vezes ele existe apenas em estar com estar junto, mas não tão junto.

(eu sei que você lê o outro blog...)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Desculpem, Não estou Bem


Pois sim, que Kim B. fosse embora, mas que não ousasse olhar para trás – Ela deveria esquecer todos à que deixaria para trás, em principal eu e meu nome, para que jamais me fizesse pensar. E que não olhasse para trás, eu nunca mais queria olhar em seus olhos – Eu arrancaria meu coração na unha, e aprisioná-lo-ia num poço, escondido de qualquer paixão, que possa esmagá-lo, pois é bem melhor afogado e traumatizado, que ferrado. Dera aos anjos poucos olhos, ou nenhum, Deus, pois me deu dois atrativos de feras, e esta ultima me pegou. “E os filhos da noite? Ainda fazem sua música.” Eu só amo ela gente, o que há?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Fazer o que Quero


Recomeçar. Realmente, o que significa... Pode me dizer? O que define isto, este nosso medo em continuar a manchar o papel e morder nossas angústias, como lábios sedentos, censurando-os.
“– Censurando o quê? Medos ou lábios?”
“– Lábios.”
Se não fosse por tanta fraqueza e insegurança, eu não estaria por você, meu amor, como uma formiga, não cantando, só trabalhando, pois tudo está se transformando e é exigido variar. Eu gostava disso, agora odeio; aquilo eu já odiava, aquilo eu sempre odiei, e eu gosto... Não, não gosto! - Ou será o contrário? Pois as coisas estão cada vez mais se transformando, é tudo em massa, mais gritante e charmoso – Ir para a Itália e usar óculos escuros.
Ouça somente uma vez, porque meus conceitos mudaram e só visto e escrevo o que me agrada e o que provoca. Por que toda a realidade está na terra e o inventado e o que não vale tanto à pena, está lá, no ar; pois em um milésimo de segundo não se pode chegar à um objetivo, amar e ter horror, Freud explica, demonstrar é insanidade!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hora de Acordar


É sempre muito bom olhar o por do sol e escutar o som da noite se aproximando. De alguma forma ela me faz estremecer diante de uma realidade tão comum; a imagem de um novo dia se formando mais além, o que é desesperador – Em pensar nas coisas que serão cobradas e em como escaparemos de nossos medos mais infantis – Os movimentos dos galhos secos, a terra respirando e os insetos que se aproximam, dos quais não se pode desviar, de seu vôo tão feroz.
Mas este já é outro amanhã – E tudo que quero neste momento é o agora mais que nunca, este meu sombrio amanhã de ontem, que é aspiração de momento qualquer: em que jogado em minha cama, contemplei o matutino se tornar noturno, num jogo de luzes que pode ser refletido numa fresta na janela que não fez bem seu trabalho.
A idéia que se passa é do que há além desta sombra toda que separa minha idéia de minha rebeldia e a resposta do que será esta loucura toda... Seremos todos mortos, que insistem em jogar fora toda a lembrança que resta? Ou sou eu o tolo que tenta resumir um único momento de total passividade emocional, numa coisa mais viva quebrando, o agora antigo, devaneio de morte. Mas a resposta pode apenas ser dada por uma única boca, amanhã.

domingo, 10 de outubro de 2010

Ruidosa Noite de Todos os Santos


Kim Boggs não se sentiria estranha ou só naquela incerteza – Nossa noite não se resumiria a um abraço e um beijo doce de despedida. Seu toque em meu braço se fez como torrões de açúcar. É impossível se por entendê-la, a melancolia de meu hoje, se meu ontem foi o agora mais perfeito. Acho que assim se encerra; a ultima das três quintas, como um livro que se termina e fecha com paixão; agora não terei mais do que ler, não terei com o que sonhar, o que sobra são estes rastros de passado, bebida jogada ao nada, cinzas de vinte e cinco cigarros tragados por um só ser e um aroma de açúcar e claras de ovo – Meus olhos se abriram e aí então pude ver o esplendor daquele lugar, me acostumando com a escuridão, fazendo dela mais clara e proveitosa.

Sondei a jovem Kim, se exaltando e cantando entre as feras daquele momento, esquecendo uma estranha e incompreensível dor. Na noite de Beltane ela se pôs entre os vampiros, ela se fez vampira e riu com eles – E eu. Que por ventura me arrisquei por zonas mais densas, somente para contemplar o brilho de mil sois em seu olhar. Deixei que o frio e o vento me guiassem até seu encontro, deixei aquelas coisas passadas crescerem – É incrível como o ser humano tem a capacidade de se adaptar ao ambiente em que habitam, ao frio e ao calor do espírito, que condena qualquer um, seguindo sinas apaixonadas e deleitando com elas, mas tudo no final, não passa de um fardo, e tudo que se deseja é mais e mais, um pouco mais de chuva, por favor?

Desgraçadamente, há cada sonho, há uma luta desesperada por algo fatídico e violento, que arrasa até os mais portentosos cavaleiros, e faz os vampiros que cercam a jovem Kim, recuarem sem ao menos aflorarem um mero sorriso aos lábios, nesta tão ruidosa hilaridade, que por fim, não passa de mais uma ambigüidade humana, para o que se ostenta sentimento itinerante; mas que no final – E me perdoem os jovens de espírito, as palavras em suma tão mesquinhas e demasiadas difíceis – Mas tudo no final não passa de amor.

E como um conto de mil e uma noites, o tempo se dissipa, e cabe a mim me perguntar; o que será de tão caprichoso em sonhar com um toque inesperado e a sobrevivência na falta de ar? E a resposta, é que nada disso falado e escrito é errado ou capricho de alguém que quer se igualar a Deus; maldosa é a dor de ficar ao chão, sentado entregue aos falsos planos, enquanto Kim Boggs se vai – O vazio por fim sou eu! Nós somos os Santos, eu sou quem salvamos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Uma Ultima Quinta de Chuva


Chuva – Hoje o dia esteve mais vazio e percebi que nunca tivemos um dia de chuva. Olhei para a luz fraca e vi a água cair tensa sobre meu chão e temi-as. Mas sei que estas gotas trazem a nos esta estranha promessa de amanhã – Em que um prego pode se chocar contra o outro sem feri-lo, não o maltratando, mas seguindo um ciclo comum de bater e se espalhar, neste sombrio jogo de influências, este o que me assusta, por ser mais uma coisa normal na vida – Um carro passa e espalha as gotas por meu corpo – Elas caminham por sobre a minha pele, e fala bem em meu ouvido, o sussurro da noite dos tempos, que brilha em meus olhos, quintas mais estranhas.

Não sei se devo confiar no que elas dizem, se devo eu, me jogar nos braços deste frio que nos congela... Seu sorriso brilha nas águas, e o estranho é que em minhas lembranças, você não tem nenhum lugar. Mas é preciso ler nas entrelinhas, nas torres mal cerradas, onde você toma a forma de brisa e acaricia minha tez.

Há um longo caminho entre minha casa e a sua. E é ali, no momento em que o sol cai, é o momento de nos separarmos e darmos lugar ao nosso caos, no fim das árvores, num banco vazio ou onde não há pombos. Nos olhos – Os meus – Há a chave do vazio, fite-os, permita-me lembrar e você viverá eternamente.
Quanto aos outros, – Que se danem eles, pois eles iram continuar sendo os outros...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Meu Amor, Meu Capital


Ora meus caros, é até preciso apelar para o bom senso... Mas de quê? Do que precisamos ter idéia, ou de que precisamos viver? Semana passada, me dei conta do agora, o que na semana passada era o futuro! – de repente se acorda de devaneios inúteis e... Oh! O quê é tudo isso, para que serve esta máquina que voa e cai? Quero usar, consumir e jogar no lixo – Semana passada, entendi que a Guerra Fria não é algo paralelo, e que o capitalismo está aqui... Que simplesmente se transformou no nosso agora! Hoje é quinta, é a linha tênue, pois já está frio, mas nem tanto; é quase sexta, e depois desta é o final, mas agora é quinta, só agora estamos aqui, não em outro dia. Sou de quinta, outro aí de segunda, ou talvez outro até de sábado, mas vamos fingir que este joguinho é verdadeiro e nossas idéias contemporâneas e surreais não são enganosas. Não se pode encarar a palavra dita como provocação – Mesmo que meu ser o queira – mas tudo isso é tão last week que não posso ver minha frente, sem conotar o que já se foi. Eu dedico essa coisa à velha sorte que já se foi, quinta, se lembra? Talvez você também seja de quinta, talvez sua quinta esteja mais embaixo.