Em exatas três linhas, saberia exatamente o que e quem sou... Mas é muito mais prazeroso pensar, diante de uma unica imagem, o quão chata esta impressão seria, quando já se entende que três linhas, não é o bastante, assim como pelo meu nick, onde as mensagens não podem ser concluídas, com um maligno e miserável limite de letras. Estou certo? Não sei! – Niti Siouxsie

sábado, 27 de agosto de 2011

Nós Fizemos tudo isso não ser Romântico


Eu era uma criança com cabelos de bebê, soltando tapetes de fumaça no telhado de casa. Eu era meu único deus, eu era a sombra do vento. Eu apoiava minhas mãos em meu velho jeans e sorria muito. Nós tínhamos sonhos de poucas pessoas, de lugares pequenos e nenhum desconforto – Entenda, estar junto anulava tudo – Até chorar ontem à noite ou cair e ralar o queixo. Eram tempos estranhos, de afirmação. Muita coisa é irrelevante quando temos pouco tempo para pensar.
Queria que as coisas só levassem este rumo poético da minha mente, mas é sempre mais complicado e as pessoas também. Amargamente invejável – Esta é sua sorte. Boca sabor tabaco e trident... Acho que só sonhei demais estes dias, só que não estou deitado em nada!
Te deixei falando sozinho porque não tinha mais nada à fazer. Não há mais som de violão ou sua voz, apenas musicas de artistas desconhecidos, papeis amassados e eu tenho que acender meu próprio cigarro. Só – Esta história é um convite para meus pensamentos, os que surgiram agora, para que tomem forma e seja algo realmente relevante.
Então no fim: Aquilo tudo me dominou de tal forma, que temi não poder voltar para lugar nenhum, que meu lugar era ali, do seu lado, coisa absurda. O obliquo de seus olhos morteiros. Eram estreitos, como eu engatinharia por aquelas pequenas passagens e chegaria naquele horizonte... E se não houvesse um?

sábado, 6 de agosto de 2011

Notificação do dia 6

Estranhos acontecimentos são comuns, reencontros eu já espero, coincidências absurdas... já estou cansado deles, mas ainda sim fico muito feliz diante de um. Ontem, já imaginava o que aconteceria hoje? Você não, mas eu já tinha planejado tudo... Eu já estou pensando nisso à algum tempo, deve ter percebido pela minha cara de assustado ou pelas incessantes paradas para silêncio. Preciso dar um tempo nas coisas interessantes... não vou pensar que ninguém vai me esperar, é só o tempo de comprar alguns maços... algumas sete vezes sete e cinquenta em vinho e eu vou estar jogado no gramado para uma longa conversa... Eu quero muito voltar para toda a loucura, para todas a nostalgia do caramba... correr por lá, 'a melhor parte'... pois é, acho que depois de um  ano vai ser estranho e tudo que eu preciso é de algumas semanas em um balão. Não, não! Não quero respirar, só não quero decidir tudo sozinho. Parti à meia noite e me perdi, só volto mais tarde...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Artes Adultas


Desculpe-me a demora, me distanciei ocupado tentando acender um cigarro... Mas é o caos. Tanto faz, vamos tratar dos joguinhos da vida e como eles nos arremessam para os cantos mais complexos de sua mente, fazendo-a cruzar as pernas com outras pessoas, é tudo mais divertido quando você perde saliva, e não em conversas...

Mas ainda sim conversas é a melhor parte, é nisso que se estendem os tentáculos da influência e da má sugestão – E as minhas mais uma vez andam me levando para a rua, à procura de algo para sobreviver, não comida. Existe algo que consegue ser mais predatório que isso.

Começa com a correria por um banco numa praça de lixo, depois quem fala mais, quem vai se interessar pelo que você fala, e as imagens, é como se elas agredissem, as pessoas se empinam no meio de gritos, fumaça de cigarros e bebidas baratas... Porém, é dos monstros que habitam estas mentes carentes que se tira todo o pudor na hora de um cumprimento ou um abraço, até quando se beijam estão pensando no que os outros vão pensar.

A questão é que eu falei e falei, mas tudo que eu queria dizer é que isto me remete moldura de minha vida, como se ao som de preces choronas eu despertasse – E as preces eram exatamente para o contrário – E fosse levado a esta coisa de ‘faz de conta’ da vida real, sem coelhos, mas ainda com horários. Hora para viver, hora para se enxergar no espelho e ver que tudo mudou neste mundinho...

Às vezes você olha para tudo, aí percebe o quão as coisas estão confusas. Percebe que você organizou a sua vida quando ela já estava organizada e agora não encontra lugar para os livros em sua prateleira. Tudo muda quando você está no meio de uma conversa e para, simplesmente por falar demais, por se mostrar de mais... Com medo de que descubram tudo. Talvez seja este o verdadeiro mal das palavras quando as coisas estão sobrando em sua mente. Essas coisinhas, os livros, todos eles... Até os seus amigos, saem quando você conhece alguém. Saem de sua mente e as pessoas te enxergam demais.

Mas aí já estamos com fome de novo e temos que matar mais gente. Tornando-me nativo de mim mesmo, eu só posso dar flechadas nos colonizadores e me esconder mais a fundo na floresta do meu subconsciente.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Boneco de um Olho Só


O que faz de mim uma pessoa boa? – O que me impede de dizer agora que eu não amo, que provavelmente nunca fiz isso, que só fiz por brincar, por me reafirmar. Quem garante que no fim... Eu só queria que a garota boba dissesse que gostava de mim. Por que meus olhos me trairiam? E se eles traem aqueles que sonham em dominá-los; se ele não ama. Instiga a tudo, droga, como a névoa falsa e sombria que emana das árvores à noite, um blefe meu... E se eu no fim é que sou o monstro que brincou? Querendo ser humano, tramando cultivar um sentimento, que de fato nunca teve. Eu estou mentindo? Quem sabe. Será que no fim não sou bom, não sou perfeito. Perguntaram-me se eu fumava, respondi que sim e fiquei quieto. Mas em minha mente, sempre certa, mas insegura na certeza de estar correta, respondi-me que sim. Sim! Porque eu sendo como sou, não posso estar mentindo desde o começo de novo, como sempre. Será que no fim senti algo casual, falta do que fazer. Porque o apego na perfeição? – Por que paro e penso tanto procurando as palavras perfeitas para estes meus rabiscos? – Porque amar o perfeito? O perfeito já é tão perfeito, ele não ama, pois amar seria imperfeição sua... Dele não se exige nunca. Então, qual o sentido nesta loucura que descarta o sem braço, pra que mais um botão de ébano, no boneco de um olho só. Eu morreria antes de achar qualquer resposta, é crueldade no fim, eu sei, é só crueldade. Mas eu só estou mentindo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Rascunho de Crônica que Virou Pseudo Poesia Ensebada – Coisa Alguma


É como observar um pernilongo lhe picando – É que eu prometi a uma amiga que transporia no papel três definições para o bom e velho amor; imaginei agora, mais alguém já se referiu ao amor como sendo “bom e velho” de forma tão insensata? É tão insensível ainda – Por tão pronta fala eu tenho certeza de que não defino amar; nem uma vez, quem me dera três. Ou quem sabe todas? É como gritar sem nem ao menos notar o quão incomodo está sendo, pode-se odiar, aceitar, é a vida. É querer ser o sono para cobrir alguém, em imagens sombrias de emoção – Quando na verdade se quer morrer, como a dor de estar indefeso. Não importa a procura de um definir concreto; é questão de futuro e passado, loucura. Mais tardar ou não, vira memória, e como não se pode correr atrás do que já passou, é jura de que o futuro não está aqui, pois aqui é passado. Mas isso já é fugir – Definir eu não posso.

Planta Carnívora


Quando acordei me apaixonei por meu dia; que de meu dia passou à minha vida. Ao dia dei nome de Dia – Pois o pseudônimo de mar a outro agora pertencia. Aquela claridade estava ali para ser amada. Queria tocá-la – O dia, este eu queria devorar, assim, feito planta carnívora que sou – Como de fosse um inseto; dentro de mim, em mim! Mas foi quando meu dia se apagou – Quando em outro lugar foi ser dia, me perdi – Chorei, me derramei em litros de água salgada. Mesmo assim o dia era tão bonito enquanto dormia; noturno ele era criança. Mesmo assim amei as vinte e quatros horas do dia, com suas imperfeições e deficiências, aquelas que eu conhecia, assim como aquelas que eram surpresa, inesperadas suas partes, como flor que se desenrola... E talvez este – O Meu Dia – Quem dera fosse também planta carnívora? Mas outros dias vieram, nestes só fui sabotado. Podado. Nenhum dia é como outro, o dia que amei, não foi nem em sonho, o dia que veio – Não mais tentei comer nada maior que eu, apenas insetos. E mesmo assim ainda vejo, na noite que chega os olhos fechados. Meu dia que dormiu, e nunca mais acordou.