Em exatas três linhas, saberia exatamente o que e quem sou... Mas é muito mais prazeroso pensar, diante de uma unica imagem, o quão chata esta impressão seria, quando já se entende que três linhas, não é o bastante, assim como pelo meu nick, onde as mensagens não podem ser concluídas, com um maligno e miserável limite de letras. Estou certo? Não sei! – Niti Siouxsie

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hora de Acordar


É sempre muito bom olhar o por do sol e escutar o som da noite se aproximando. De alguma forma ela me faz estremecer diante de uma realidade tão comum; a imagem de um novo dia se formando mais além, o que é desesperador – Em pensar nas coisas que serão cobradas e em como escaparemos de nossos medos mais infantis – Os movimentos dos galhos secos, a terra respirando e os insetos que se aproximam, dos quais não se pode desviar, de seu vôo tão feroz.
Mas este já é outro amanhã – E tudo que quero neste momento é o agora mais que nunca, este meu sombrio amanhã de ontem, que é aspiração de momento qualquer: em que jogado em minha cama, contemplei o matutino se tornar noturno, num jogo de luzes que pode ser refletido numa fresta na janela que não fez bem seu trabalho.
A idéia que se passa é do que há além desta sombra toda que separa minha idéia de minha rebeldia e a resposta do que será esta loucura toda... Seremos todos mortos, que insistem em jogar fora toda a lembrança que resta? Ou sou eu o tolo que tenta resumir um único momento de total passividade emocional, numa coisa mais viva quebrando, o agora antigo, devaneio de morte. Mas a resposta pode apenas ser dada por uma única boca, amanhã.

domingo, 10 de outubro de 2010

Ruidosa Noite de Todos os Santos


Kim Boggs não se sentiria estranha ou só naquela incerteza – Nossa noite não se resumiria a um abraço e um beijo doce de despedida. Seu toque em meu braço se fez como torrões de açúcar. É impossível se por entendê-la, a melancolia de meu hoje, se meu ontem foi o agora mais perfeito. Acho que assim se encerra; a ultima das três quintas, como um livro que se termina e fecha com paixão; agora não terei mais do que ler, não terei com o que sonhar, o que sobra são estes rastros de passado, bebida jogada ao nada, cinzas de vinte e cinco cigarros tragados por um só ser e um aroma de açúcar e claras de ovo – Meus olhos se abriram e aí então pude ver o esplendor daquele lugar, me acostumando com a escuridão, fazendo dela mais clara e proveitosa.

Sondei a jovem Kim, se exaltando e cantando entre as feras daquele momento, esquecendo uma estranha e incompreensível dor. Na noite de Beltane ela se pôs entre os vampiros, ela se fez vampira e riu com eles – E eu. Que por ventura me arrisquei por zonas mais densas, somente para contemplar o brilho de mil sois em seu olhar. Deixei que o frio e o vento me guiassem até seu encontro, deixei aquelas coisas passadas crescerem – É incrível como o ser humano tem a capacidade de se adaptar ao ambiente em que habitam, ao frio e ao calor do espírito, que condena qualquer um, seguindo sinas apaixonadas e deleitando com elas, mas tudo no final, não passa de um fardo, e tudo que se deseja é mais e mais, um pouco mais de chuva, por favor?

Desgraçadamente, há cada sonho, há uma luta desesperada por algo fatídico e violento, que arrasa até os mais portentosos cavaleiros, e faz os vampiros que cercam a jovem Kim, recuarem sem ao menos aflorarem um mero sorriso aos lábios, nesta tão ruidosa hilaridade, que por fim, não passa de mais uma ambigüidade humana, para o que se ostenta sentimento itinerante; mas que no final – E me perdoem os jovens de espírito, as palavras em suma tão mesquinhas e demasiadas difíceis – Mas tudo no final não passa de amor.

E como um conto de mil e uma noites, o tempo se dissipa, e cabe a mim me perguntar; o que será de tão caprichoso em sonhar com um toque inesperado e a sobrevivência na falta de ar? E a resposta, é que nada disso falado e escrito é errado ou capricho de alguém que quer se igualar a Deus; maldosa é a dor de ficar ao chão, sentado entregue aos falsos planos, enquanto Kim Boggs se vai – O vazio por fim sou eu! Nós somos os Santos, eu sou quem salvamos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Uma Ultima Quinta de Chuva


Chuva – Hoje o dia esteve mais vazio e percebi que nunca tivemos um dia de chuva. Olhei para a luz fraca e vi a água cair tensa sobre meu chão e temi-as. Mas sei que estas gotas trazem a nos esta estranha promessa de amanhã – Em que um prego pode se chocar contra o outro sem feri-lo, não o maltratando, mas seguindo um ciclo comum de bater e se espalhar, neste sombrio jogo de influências, este o que me assusta, por ser mais uma coisa normal na vida – Um carro passa e espalha as gotas por meu corpo – Elas caminham por sobre a minha pele, e fala bem em meu ouvido, o sussurro da noite dos tempos, que brilha em meus olhos, quintas mais estranhas.

Não sei se devo confiar no que elas dizem, se devo eu, me jogar nos braços deste frio que nos congela... Seu sorriso brilha nas águas, e o estranho é que em minhas lembranças, você não tem nenhum lugar. Mas é preciso ler nas entrelinhas, nas torres mal cerradas, onde você toma a forma de brisa e acaricia minha tez.

Há um longo caminho entre minha casa e a sua. E é ali, no momento em que o sol cai, é o momento de nos separarmos e darmos lugar ao nosso caos, no fim das árvores, num banco vazio ou onde não há pombos. Nos olhos – Os meus – Há a chave do vazio, fite-os, permita-me lembrar e você viverá eternamente.
Quanto aos outros, – Que se danem eles, pois eles iram continuar sendo os outros...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Meu Amor, Meu Capital


Ora meus caros, é até preciso apelar para o bom senso... Mas de quê? Do que precisamos ter idéia, ou de que precisamos viver? Semana passada, me dei conta do agora, o que na semana passada era o futuro! – de repente se acorda de devaneios inúteis e... Oh! O quê é tudo isso, para que serve esta máquina que voa e cai? Quero usar, consumir e jogar no lixo – Semana passada, entendi que a Guerra Fria não é algo paralelo, e que o capitalismo está aqui... Que simplesmente se transformou no nosso agora! Hoje é quinta, é a linha tênue, pois já está frio, mas nem tanto; é quase sexta, e depois desta é o final, mas agora é quinta, só agora estamos aqui, não em outro dia. Sou de quinta, outro aí de segunda, ou talvez outro até de sábado, mas vamos fingir que este joguinho é verdadeiro e nossas idéias contemporâneas e surreais não são enganosas. Não se pode encarar a palavra dita como provocação – Mesmo que meu ser o queira – mas tudo isso é tão last week que não posso ver minha frente, sem conotar o que já se foi. Eu dedico essa coisa à velha sorte que já se foi, quinta, se lembra? Talvez você também seja de quinta, talvez sua quinta esteja mais embaixo.